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A construção do conhecimento através dos recursos tecnológicos, das novas mídias e do audiovisual.

  • Foto do escritor: Reynaldo Barreto Lisboa
    Reynaldo Barreto Lisboa
  • 27 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

Educação e Tecnologia.


Gravação de documentário realizado por alunos do Laboratório de Audiovisual.

A cerca de dois anos iniciei um projeto direcionado as unidades de ensino que atendem aos alunos do ensino fundamental II e ensino médio, ao qual denominei de Laboratório de Audiovisual. Na prática é um espaço no ambiente educativo destinado a investigação das potencialidades do aparato audiovisual e da sua técnica de produção, servindo como ferramenta auxiliar na construção do conhecimento oportunizando ao aluno o contato com a linguagem audiovisual e com seus recursos técnicos básicos para que, a exemplo da teoria educacional construcionista de Seymour Papert, o aluno atue como produtor do seu próprio saber. Por outro viés de atuação, com o objetivo de um exercício para formação do pensamento crítico, o espaço destina-se também a exibição de filmes (longas, curtas e documentários) e posterior debate sobre a forma e o conteúdo, observando o veículo que transcende a função de meio transmissor de mensagem a medida em que interage e influencia na relação e na representação social.

Segundo Marcus Vinicius Maltempi, da UNESP:


“a importância (…) das novas tecnologias para a educação está ampliada atualmente, pois num mundo globalizado e cada vez mais complexo, embora haja muito mais o que se aprender, há muito mais e melhores maneiras de se aprender, graças às novas tecnologias”.

A respeito disso, Papert pondera que:

“Tecnologia não é a solução, é somente um instrumento. Logo, a tecnologia por si não implica em uma boa educação, mas a falta de tecnologia automaticamente implica em uma má educação” (2001, p.2). 

O maior objetivo do Laboratório de Audiovisual é estimular o exercício do pensamento crítico, reflexivo. Isso não precisa ser uma prática chata, rígida, fria, acadêmica e distanciada. A cada dia temos que encontrar formas e conteúdos que seduzam e atraiam os alunos. Parece simples, mas, em tempos de Internet, tem se tornado uma tarefa cada vez mais complicada apresentar o novo para a turma. Os alunos, muitas das vezes, demonstram navegar por "águas" mais distantes e profunda que os próprios educadores. Muitas das vezes nossas naus estão ancoradas ou limitadas aos mares curriculares. Enquanto o aluno, navega sem medo do mar tenebroso e dobram cabos, que para nós são de tormentas e de desconhecimento, acessando um vasto conteúdo; que precisa ser filtrado.


A utilização de filmes e imagens como recurso didático, não é algo novo. Mas hoje, também há o game, que está inserido no universo audiovisual, como Assassin’s Creed, por exemplo, que rende uma excelente aula de História. Nesta tendência, talvez o mais conhecido, já utilizado no ambiente educativo em mais de 40 países, seja o Minecraft, que rende lições de geografia (noção espacial), matemática, habilidades manuais, enfim.  Outro elemento do mundo virtual que pode ser observado com maior cuidado, são os atuais memes. Muitos deles se assemelham, em subjetividade e síntese, as antigas e cada vez mais raras charges, tão utilizadas em concursos e processos seletivos.


O ambiente virtual, tecnológico, imagético e audiovisual é democrático. Então, mais que nunca, navegar - no mundo virtual -, é preciso.


O Laboratório de Audiovisual, apesar de ter características operacionais, como construção de roteiro, manuseio de equipamento de captação e edição de imagem e produção de curta metragens, pretende bem mais que inserir o aluno no universo da produção audiovisual. Esta geração possui muita familiaridade com o objeto imagético e com a produção de conteúdo. Isso se deve as novas mídias, as redes sociais, e a febre dos youtuber's. Porém, nestes dois anos de projeto, percebi que há muita superficialidade e modismo quando se pensa em geração de conteúdo. Mas, no tocante a análise da narrativa metafórica ou subjetiva das produções, as intensões intrínsecas nos roteiros ou nos recursos narrativos, sejam para o bem ou para o mal, são facilmente identificadas. A partir disso, um desafio se apresenta para este terceiro ano de aplicação do Laboratório Audiovisual; fazer com que o potencial analítico sirva ao potencial criativo e o enriqueça de intenções e objetivos.


Ao estimular o exercício do pensamento reflexivo, estamos ampliando a capacidade de criticidade, de leitura e interpretação de texto - no sentido amplo da palavra - e a seletividade de conteúdo.


Reynaldo Barreto Lisboa atua desde 2004 na área da Comunicação Corporativo. É Diretor, Analista de Planejamento Estratégico, Redator e Roteirista na Arquearia Comunicação Estratégica, além de ser ator, diretor e dramaturgo. É Licenciado em História e MBA em Gestão Estratégica em Marketing Digital.

 
 
 

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