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A Arte como ferramenta de Comunicação Estratégica.

  • Foto do escritor: Reynaldo Barreto Lisboa
    Reynaldo Barreto Lisboa
  • 27 de fev. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 4 de dez. de 2020

Teatro Institucional - Boa Alternativa para Artistas e Empresas.


Equipe Sonangol Ensina em Cena - Projecto de Teatro Institucional em Angola.

Vou começar voltando um pouco no tempo, para você leitor, acompanhar imaginativamente a nossa trajetória com o Teatro Institucional.

2009 foi um ano especial para a Cia. da Capital; companhia teatral que, desde 2002, faço parte como ator, diretor e dramaturgo. Foi um ano que a atuação da Companhia se expandiu consideravelmente. Isso porque naquele ano vimos o campo de trabalho crescer por nos lançarmos no campo do Teatro Institucional. Uma importante alternativa para artistas que, como nós, tem no fazer teatral sua principal atividade profissional.

Ainda em 2008 fomos convidados a realizar alguns trabalhos de intervenção teatral sob temas específicos em empresas do interior do Rio de Janeiro - em sua maioria do segmento Off Shore - e prefeituras municipais. Para além da atividade artística em palco, a Companhia passou a direcionar esforços buscando atender a empresas e instituições públicas ou privadas que acreditam que através da linguagem teatral conseguirão abrir um campo de comunicação institucional mais eficiente e direto com seus parceiros e colaboradores, clientes e fornecedores, ou até mesmo para informar a comunidades do entorno de sua área de atuação sobre missão, visão, filosofia, empreendimentos e etc.

Intervenção teatral para o consórcio Odetech. Educação ambiental, QSMS e Hhgiene pessoal.

Em novembro de 2008 iniciamos uma conversa com representantes da área de comunicação do Consórcio Odetech (Odebrecht/Techint) - responsável pela obra do gasoduto que corta os municípios de Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras e Macaé - todos municípios do Rio de Janeiro -, e com representantes da Petrobras, a fim de firmar um contrato de prestação de serviço na área artística e cultural para realizar intervenções teatrais nas localidades ocupadas pelo Consórcio dentro desses municípios. O trabalho teve início em abril de 2009 e durou até dezembro deste mesmo ano. O projeto inicial foi ampliado e tivemos a oportunidade de participar da SIPATMACs da Odetech, tendo maior contato com aqueles trabalhadores. Antes mesmo de alcançar ao público habitante do entorno das áreas em que foram instalados os canteiros de obra, nós fomos os primeiros alcançados. Entendemos a importância do trabalho que estava sendo realizado e a bravura de todos os envolvidos nesta missão quase de desbravamento. De nossa parte coube colaborar informando aos moradores, através do teatro, sobre a obra, sobre o meio ambiente - reciclagem, preservação, consumo racional da água e etc; Saúde - higiene pessoal, cuidados com a alimentação e higiene bucal; Segurança - informando sobre EPIs e praticas seguras inclusive em nossas residências. Nisto estava a natureza do Projeto; utilizar a linguagem teatral como ferramenta didática e de comunicação estratégica para alcançar aquelas comunidades. Foi muito gratificante para nós.

O Projeto teve um desdobramento ainda maior do que esperávamos.


A mesma necessidade de comunicar, só que em outro continente.


Em 2012, após 8 anos de afastamento do Continente Africano - lá já havia estado no período de 2002 a início de 2005 -, retorno a Angola para atuar na função de Consultor em Planejamento Estratégico e coordenar a produtora de audiovisual para a Coerência Comunicação e Imagem.

QSSA - Projecto Sonangol Ensina em Cena.

Minha atividade se materializava, na prática, além da coordenação da equipe e dos trabalhos, na construção de roteiros e direção de vídeos institucionais, elaboração de projetos de comunicação estratégica e elaboração de planos de mídia.

No início de 2013, após já ter conquistado a confiança de um de nossos principais clientes - a Sonangol Logística - foi a mim externado pelo Assessor de Comunicação da Comissão Executiva desta importante empresa, a necessidade de uma proximidade maior com as comunidades afetadas pelas atividades e pela presença da empresa em suas áreas, devido aos riscos comuns ao setor petrolífero e também para que a estas fosse dado a conhecer os procedimentos de segurança e as medidas mitigadoras adotadas pela instituição estatal. De imediato lembrei-me da experiência que vivenciamos em 2009. Desta forma começa a acontecer, em África, o Projecto Sonangol Ensina em Cena.


Quando se desenvolve um projeto para uma empresa, temos que apresentar os resultados, pois, além do prestígio e da imagem institucional, algumas cifras são investidas em sua realização.

Os textos dramatúrgicos das esquetes teatrais, foram por mim elaborados de forma a atender as necessidades da empresa. Para fazer a preparação dos atores convidei o Professor e Diretor Teatral, Fundador do Centro de Pesquisas Teatrais de Duque de Caxias, Guedes Ferraz. Este foi auxiliado pela Atriz e Produtora Marcia Aicram (Arquearia Comunicação Estratégica), que além desta tarefa, também foi responsável pela implantação do projeto em Angola com suas devidas adaptações. Um projeto para ser realizado em âmbito nacional, em 16 das 18 províncias angolanas.


Quando se desenvolve um projeto para uma empresa, temos que apresentar os resultados, pois, além do prestígio e da imagem institucional, algumas cifras são investidas em sua realização. Além de conhecermos e acreditarmos no potencial da linguagem teatral como canal de comunicação, havia um ponto que nos tranquilizava quanto a apresentação de resultados; o projeto já havia sido posto em teste aqui no Brasil e, graças a Deus, aprovado.


Costumo dizer que o mais difícil para a realização de um projeto teatral é o encontro de pessoas afins, comprometidas e disciplinadas para o fazer teatral. Deu-se um maravilhoso encontro de nós brasileiros com os atores angolanos: Vírgílio (Vírgula) Capomba; Ana Zé; Honório de Polls; Francisco Barros e Carlos António, estes dois ultimos funcionários Sonangol. Ainda tivemos a contribuição do Mwamby Wassaky - figurinista e da aderecista brasileira Lúcia Reis.


Além de toda experiência vivida, de toda troca e crescimento, o Projeto ainda rendeu um documentário chamado "Ulonga mu Kutonoca - ensina em cena" (abaixo). Onde ficou registrado o legado que a troca com os atores africanos nos possibilitou.



Mas, a qualidade do projeto e o talento dos artistas envolvidos não resolveriam a execução do mesmo se não fosse o cliente - Sonangol Logística - comprar a ideia e a Coerência Comunicação e Imagem - responsável pela prestação deste serviço, incluindo a criação e confecção de todas as peças de comunicação e brindes promocionais - por confiar, acreditar e viabilizar a realização do mesmo. Desta forma, agradeço a todos os envolvidos pela oportunidade de realizar algo tão significativo para minha carreira pessoal como para Angola, através das crianças alcançadas por nossas ações de intervenção teatral. Obrigado aos meus parceiros brasileiros, Marcia Aicram, Guedes Ferraz e João Bento que encararam este desafio e o superaram com muita dignidade. Obrigado Alexandre Salcedo (Coerência) por acreditar. Obrigado Sr. Pedro Costa Lima (Sonangol) Pela sensibilidade e ousadia. Aproveito para agradecer e reiterar nosso carinho e amizade por pessoas, inesquecíveis, que acenderam o estopim lá em 2008, através do consórcio (já extinto) Odetech: a querida Sheila, a assistente social Elizabeth, a galera da comunicação Priscila, Dani, Elaine, Mariana, Jonathan, Márcia, o motorista Luciano, e a Carla Pinho (Petrobras). Muitos outros nos ajudaram e aturaram, mas estes estiveram mais próximos.

A Cia da Capital - Companhia Teatral, parceira da Arquearia Comunicação Estratégica, continua conciliando sua atividade nos palcos, com o mundo corporativo. Nosso ultimo contrato foi para uma intervenção teatral na SIPAT da Terraplena. Que bom que ainda encontramos empresas que acreditam na eficácia do Teatro como ferramenta de comunicação estratégica.

O principal para se realizar este trabalho correspondendo as expectativas do contratante é controlar a vaidade artística e comunicar de acordo com as necessidades do cliente. Para artistas que querem ampliar sua área de atuação e fonte de renda e para empresas que focam em responsabilidade social, meio ambiente, saúde, educação e segurança, o Teatro Institucional é uma boa opção, para artistas e empresas. Que outros venham!


Reynaldo Barreto Lisboa atua desde 2004 na área da Comunicação Corporativo. É Diretor, Analista de Planejamento Estratégico, Redator e Roteirista na Arquearia Comunicação Estratégica, além de ser ator, diretor e dramaturgo. É Licenciado em História e MBA em Gestão Estratégica em Marketing Digital.

 
 
 

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